André Julião
Elino Julião, por intermédio de sua carreira musical, foi um dos grandes divulgadores da cultura nordestina através do forró, devido a qualidade de suas músicas, com a sua obra sendo reconhecida como uma das principais do tradicional forró pé-de-serra. Isto, por Elino ter um perfil regionalista, que o caracteriza como um cantor do Nordeste.Elino Julião Nasceu em 13 de novembro de 1936 na Fazenda Toco, zona rural de Timbaúba dos Batistas, sertão do Seridó do Rio Grande do Norte. Era filho de Sebastião Pequeno, barbeiro, tocador de cavaquinho e concertina, e de Maria Augusta, lavadeira. Elino Julião, na infância, morava juntamente com seus pais e mais 12 irmãos, na fazenda Toco, de propriedade da senhora Lutgard Guerra, que foi sua primeira professora e lhe ensinou a ler e a escrever. Em toda a sua carreira, Elino Julião gravou 46 trabalhos, entre LP’s e CD’s. Seu primeiro disco foi lançado em 1961, pela gravadora Chanteclair. O trabalho não rendeu grande divulgação para o artista que pensou até em desistir. Foi justamente na casa de Jackson do Pandeiro que Elino começou a compor suas primeiras músicas e, convidado por Jackson, participou na gravadora Phillips/Polygram de um disco produzido pelo Rei do Ritmo. O disco chamava-se “O fino da Roça”, uma coletânea musical com a participação de vários artistas de forró como Genival Lacerda, Os Três do Nordeste, Elino Julião, Jackson do Pandeiro, José Messias. Neste disco, Elino fez sucesso com duas músicas: Xodó de Motorista e Puxando Fogo. O auge da carreira profissional de Elino Julião aconteceu quando o artista foi contratado pela gravadora CBS. Isto ocorreu na década de 70, quando Elino chegou a vender 900 mil cópias e era um dos campeões de venda da gravadora. “Só Roberto Carlos vendia mais do que eu” (Elino Julião). Sua obra é reconhecida pelos principais representantes do Forró, através de regravações de suas músicas mais conhecidas. No ano de 2000, foi lançado, a título de homenagem, devido a importância de suas composições para a Cultura Nordestina, um CD didático intitulado “O Canto do Seridó”, um tributo produzido pelo projeto “Nação Potiguar” que teve o patrocínio da Fiern[1] e do Sesi.[2] O CD traz Elino Julião cantando em duetos com grandes artistas nordestinos como Fagner, Elba Ramalho, Dominguinhos, Marinês, Lenine, Chico Science (vinheta da música Filho de Guaiamun) e artistas da vanguarda paulista, representada por Tête Espínola e Ná Ozetti. Falecido a 20 de maio de 2006, Elino Julião deixou uma extensa e importante contribuição musical para os que gostam da autêntica música nordestina, que não sofre influência da Indústria Cultural, que descaracteriza as culturas populares, como a do Nordeste. Aliás, esse é o tema principal das músicas que formam o repertório obrigatório das tradicionais festas juninas do Brasil.
Para finalizar, sua obra continuará em destaque, porque Elino Julião cantou cultura, cantou o Nordeste, suas peculiaridades, sua gente, suas festas de São João. Esse trabalho de promoção de nossa cultura não pode parar. Por isso, na condição de filho e artista, ao lado dos meus irmãos e dos seguidores do forró de Elino Julião, iremos dar continuidade a sua história de amor ao Nordeste, divulgando sua músicas no mais autêntico dos nossos estilos: o forró.
[1] Fiern: Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte.
[2] Sesi: Serviço Social da Indústria.
Elino Julião, por intermédio de sua carreira musical, foi um dos grandes divulgadores da cultura nordestina através do forró, devido a qualidade de suas músicas, com a sua obra sendo reconhecida como uma das principais do tradicional forró pé-de-serra. Isto, por Elino ter um perfil regionalista, que o caracteriza como um cantor do Nordeste.Elino Julião Nasceu em 13 de novembro de 1936 na Fazenda Toco, zona rural de Timbaúba dos Batistas, sertão do Seridó do Rio Grande do Norte. Era filho de Sebastião Pequeno, barbeiro, tocador de cavaquinho e concertina, e de Maria Augusta, lavadeira. Elino Julião, na infância, morava juntamente com seus pais e mais 12 irmãos, na fazenda Toco, de propriedade da senhora Lutgard Guerra, que foi sua primeira professora e lhe ensinou a ler e a escrever. Em toda a sua carreira, Elino Julião gravou 46 trabalhos, entre LP’s e CD’s. Seu primeiro disco foi lançado em 1961, pela gravadora Chanteclair. O trabalho não rendeu grande divulgação para o artista que pensou até em desistir. Foi justamente na casa de Jackson do Pandeiro que Elino começou a compor suas primeiras músicas e, convidado por Jackson, participou na gravadora Phillips/Polygram de um disco produzido pelo Rei do Ritmo. O disco chamava-se “O fino da Roça”, uma coletânea musical com a participação de vários artistas de forró como Genival Lacerda, Os Três do Nordeste, Elino Julião, Jackson do Pandeiro, José Messias. Neste disco, Elino fez sucesso com duas músicas: Xodó de Motorista e Puxando Fogo. O auge da carreira profissional de Elino Julião aconteceu quando o artista foi contratado pela gravadora CBS. Isto ocorreu na década de 70, quando Elino chegou a vender 900 mil cópias e era um dos campeões de venda da gravadora. “Só Roberto Carlos vendia mais do que eu” (Elino Julião). Sua obra é reconhecida pelos principais representantes do Forró, através de regravações de suas músicas mais conhecidas. No ano de 2000, foi lançado, a título de homenagem, devido a importância de suas composições para a Cultura Nordestina, um CD didático intitulado “O Canto do Seridó”, um tributo produzido pelo projeto “Nação Potiguar” que teve o patrocínio da Fiern[1] e do Sesi.[2] O CD traz Elino Julião cantando em duetos com grandes artistas nordestinos como Fagner, Elba Ramalho, Dominguinhos, Marinês, Lenine, Chico Science (vinheta da música Filho de Guaiamun) e artistas da vanguarda paulista, representada por Tête Espínola e Ná Ozetti. Falecido a 20 de maio de 2006, Elino Julião deixou uma extensa e importante contribuição musical para os que gostam da autêntica música nordestina, que não sofre influência da Indústria Cultural, que descaracteriza as culturas populares, como a do Nordeste. Aliás, esse é o tema principal das músicas que formam o repertório obrigatório das tradicionais festas juninas do Brasil.
Para finalizar, sua obra continuará em destaque, porque Elino Julião cantou cultura, cantou o Nordeste, suas peculiaridades, sua gente, suas festas de São João. Esse trabalho de promoção de nossa cultura não pode parar. Por isso, na condição de filho e artista, ao lado dos meus irmãos e dos seguidores do forró de Elino Julião, iremos dar continuidade a sua história de amor ao Nordeste, divulgando sua músicas no mais autêntico dos nossos estilos: o forró.
[1] Fiern: Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte.
[2] Sesi: Serviço Social da Indústria.
Um comentário:
Indubitavelmente,eu assino embaixo tudo isso que o André dissertou,a respeito do seu pai.O Elino Julião era tudo isso e muito mais.Ele era,por assim dizer,um dos autênticos representantes da Cultura Nordestina.Fazia ele,como ninguém,um trabalho todo voltado para o nosso povo,cantando as coisas da nosa gente,sem jamais render-se aos modismos e às inovações culturais,pois,apesar de ele ter vivido a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro,não se deixou,no entanto, influenciar pela "cultura Zona Sul",onde os representantes desse paradigma elitizado ditam os costumes,as regras,o modo de pensar,de falar e de agir das massas,e através da mídia,espalham isso tudo para o resto do Brasil.Não,Elino Julião não aceitou isso.Ao invés de render-se às imposições da Indústria da Música e da mídia eletrônica,ele preferiu,antes,cantar as coisas simples que caracterizam a cultura nordestina.Mais do que ninguém,ele falou das coisas nossas,tais como "Na Sombra do Juazeiro","Na Unha do Guaxinim","Filho de Guaiamun","O Burro é Quem Merece Uma Medalha"(não me lembro do título dessa música),"Maria-Homem",dentre muitos outros.Em síntese,Elino Julião foi um dos maiores expoentes da verdadeira música nordestina.Bastante eclético,no que se refere aos temas e ritmos pertinentes à sua música,Elino ainda deixou fluir o seu lado político-econômico e social,quando compôs e gravou "O Rock do Camelo",onde de uma forma bem-humorada,ele trata da questão da economia de combustível,já tão discutida na época.Nesta canção ele propõe a substituição do seu suposto Fusca amarelo por um camelo,pois,como se sabe,esse animal,com apenas um litro de água, consegue caminhar,por milhas e milhas,por durante vários dias,pelas tórridas areias dos desertos,sem desfalecer,daí a sábia alusão que o Elino faz ao camelo,como símbolo de economia de combustível.Elino Julião ainda deixou aflorar o seu lado romântico,quando cantava "Cofrinho do Amor","Pedaço de Morena" e "Coração Doce",além das bem-humoradas e caricatas "Cara de Durão", "Foi Morar com o Guarda" e "Campeão de Karatê".Enfim,por tudo isso e por muito mais é que eu considero o Elino Julião como um artista completo,e que,irrefutavelmente,ele foi(e sempre será) um dos grandes ícones da música nordestina.Mais que isso:da música BRASILEIRA.
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