domingo, 7 de abril de 2013

TESTEMUNHO DE ROSALI BATISTA RAMALHO CORTEZ - Presidente da HATMO-RN

Meu nome é Rosali Batista Ramalho Cortez e Ioris Ramalho Cortez é o meu esposo querido com quem compartilho um filho, uma nora, um neto e duas filhas. Participam também da minha vida, vários filhos do coração, parentes de sangue e de coração e muitos afilhados. Sou Pedagoga, especialista em Administração, Terapeuta Natural e Professora de Música. Trabalhei como Produtora na TV UNIÃO – Canal 22 – TV A CABO e atualmente trabalho no programa “O Canto da Lira”, na SIMTV, afiliada da Rede TV, Canal 17 ou 21 na TV Cabo. Desenvolvo um trabalho voluntário no Hospital Infantil Varela Santiago há vários anos e desde o final de 2009, participo como Presidente-fundadora da HATMO-RN, uma organização séria, fundada para humanizar e apoiar os pacientes e familiares dos que precisam de Transplante de Medula Óssea. Desde muito jovem tenho participado em trabalhos voluntários. Em 1982, em Goiás, ao concluir a faculdade de Pedagogia e freqüentar a Especialização, desenvolvi um projeto intitulado: “A música diminui a dor”. Utilizei-o, então, quando trabalhava no Projeto RONDON, na FEBEM e quando professora nas escolas em que trabalhei e também quando fui Administradora do Colégio São Lázaro no Bairro Cabula em Salvador-BA. Por onde passava sempre usava a música para diminuir a tristeza das pessoas ao meu redor e continuo desenvolvendo esse projeto. Em 1985, quando fazia um trabalho voluntário contando histórias, cantando e tocando violão todos os domingos à tarde com um grupo de jovens da Igreja Batista Dois de Julho no Hospital do Câncer em Salvador-Ba, um médico que estava de plantão me chamou e disse: “Rosali, quando você vem tocar violão e cantar, as crianças não se lembram da dor, assim não precisam de medicamentos para dor, a música encanta, alivia e faz a criança sorrir. Nunca deixe de desenvolver esse lindo dom que Deus te deu”. As palavras daquele médico ficaram gravadas na minha memória e confirmaram os objetivos do meu projeto que foram alcançados e assim nunca mais deixei de cantar e tocar nos hospitais. Visito pacientes em vários Hospitais, onde toco violão e canto, sinto que Deus tem me usado nesta obra de amenizar a dor dos que sofrem. Para poder usar melhor e aprimorar os dons dados por Deus, fiz vários cursos como Primeiros Socorros, Medicina Preventiva, Contadores de História, Cursos Bíblicos, Artes, Recreação, Pintura em Tela, Música e outros. Assim com o passar do tempo além da música venho desenvolvendo trabalhos variados no voluntariado. Aprendo a cada dia e ainda tenho muito a aprender. Nestes anos de trabalho voluntário tenho tido oportunidade de vivenciar e participar da vida de muitos pacientes, a ligação é tão grande, que logo nos tornamos da família, os pacientes começam a me chamar de Tia Rosali, alguns me chama de mainha (mamãe). O importante dessa nossa ligação fraternal é que eles sabem que estão no meu coração e é só me chamar que eu estarei na medida do possível pronta para lutar com eles e por eles. Digo sempre que na luta pela cura é muito importante ter fé, se nos colocamos nas mãos de Deus e confiamos que Ele cuida de nós, tudo fica mais leve... A confiança nos médicos e na Equipe envolvida no tratamento também é fundamental para alcançar a vitória. Os profissionais fazem o possível para a cura do paciente, Deus é aquele que fará o impossível. As experiências que tenho vivido neste universo de dores me fez criar uma frase que me acompanha sempre: “O AMOR QUE NASCE NA DOR É PARA SEMPRE”. Quando participamos da luta de um guerreiro o amor que é construído neste período fica para sempre, mesmo depois de muitos anos e curados a ligação permanece, participo dos acontecimentos da vida de cada um e sempre nos encontramos depois do tratamento para matar as saudades. Há cinco anos, conheci uma menina de nove anos com Leucemia “LMA” chamada Valclécia Batista Santos, ela pedia muito para que encontrássemos um doador compatível para ela. Esta linda garota mudou minha vida, ela morreu por falta de um doador compatível de Medula Óssea e antes de morrer me pediu para lutar por seus amiguinhos que sofriam sem doadores compatíveis. Deixou essa missão em minhas mãos de divulgar a doação de Medula Óssea, Valclécia, um anjo de Deus, me escolheu e não pude negar o pedido que ela me fez. Prometi falar sobre doação de Medula Óssea todos os dias da minha vida e isso mudou meu trabalho voluntário de uma maneira muito forte. Antes da Valclécia meu trabalho voluntário era de amor, carinho, visitação, pedagógico e de musicoterapia. Saindo do hospital a ligação com os pacientes era forte e convivíamos neste amor fraternal. Depois da Valclécia, o trabalho voluntário além de continuar como antes, passou também a ser um trabalho de luta, de garra, do arregaçar as mangas como uma guerreira para tentar salvar as vidas dos que precisam de um transplante de Medula Óssea como a última chance de vida e não tem um doador compatível. Aprendi que depende de cada um de nós essa grande luta a caminho da vitória. Podemos ser a salvação de alguém!!! Quando comecei a falar sobre doação de Medula Óssea fui incompreendida por alguns, com dificuldade consegui a ajuda de outros. Diante das dificuldades não desisti, fui caminhando falado desse amor através da doação de Medula Óssea por onde passava. Na época em que comecei a falar sobre Medula Óssea, havia muitas dificuldades em falar nesse assunto, era o “desconhecido” que assustava as pessoas. Continuei falando mesmo assim porque sei como é difícil encontrar um doador compatível. Estima-se ser um doador para cem mil, o índice de compatibilidade fora da família. Após esse entendimento, iniciei a campanha com meu esposo e minhas filhas, lutando para conseguir doadores, fazendo palestras nas escolas, igrejas, empresas, pela Internet e em todos os lugares onde pudesse ser divulgada. E com esse trabalho conseguimos muitas pessoas para se cadastrarem como voluntárias a doadoras de Medula Óssea. Com o tempo, com as palestras e esclarecimentos sobre o assunto as pessoas foram se contagiando com esse amor verdadeiro e assim começamos as Campanhas de Doação de Medula Óssea, aumentando o número de doadores no nosso estado do Rio Grande do Norte de pouco mais de mil cadastros para mais de vinte mil em pouco mais de dois anos de campanha. Hoje como uma das fundadoras da HATMO-RN, uma organização voltada para esse fim a Campanha de Doação de Medula Óssea é uma realidade linda, as Campanhas, os voluntários participam, somos preparados em todas as reuniões sobre o assunto, participamos de várias palestras e treinamentos com médicos em todo o Brasil sobre Transplante de Medula Óssea. Já viajamos para vários Centros de Transplante de Medula Óssea do país para conhecemos melhor o assunto tornando mais fácil o nosso trabalho. Conhecemos em Curitiba-PR um dos maiores Centro de Transplantes de Medula Óssea do País no Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Paraná. Tudo isso para poder responder melhor as perguntas da população sobre a Doação de Medula Óssea. Na HATMO-RN é uma realidade a luta para salvar vidas. Como a nossa missão está ligada aos pacientes que precisam de transplante de Medula Óssea, nosso foco é conseguir salvar a vida de todos os que passam por esse processo. Tenho orgulho de ser HATMO!!! Ser HATMO é Ótimo!!! Deus me chamou para essa missão e tento cumprir da melhor maneira possível. Todos nós somos chamados para o amor ao próximo e levar a mensagem da doação de sangue, plaquetas e de doação de Medula Óssea é demonstrar o nosso amor verdadeiro a quem precisa de nós. “Jesus disse: Filhinhos não amemos de palavra, nem de língua, mas com ações e de verdade”. I João 3: 18 “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento, logo aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”. João 4: 18 “Aquele que não ama permanece na morte”. João 3: 14b Rosali Batista Ramalho Cortez – 2010

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